O renascimento dos filmes de ação

Não é nenhuma novidade que os filmes de ação hoje em dia perderam um pouco da emoção que tinham no passado. Na atualidade ou o enredo foca em cenas de ação ininterruptas sem um desenvolvimento profundo dos personagens e de suas motivações, ou foca apenas em desenvolver o protagonista de forma exagerada, sem ter praticamente nenhuma ação durante toda a trama.

Porém, toda regra tem sua exceção, e nesse caso essa exceção se tornou não só um dos melhores filmes de ação da atualidade, como um dos melhores de todos os tempos. Um filme que revolucionou o cinema atual. Uma obra que equilibra perfeitamente o desenvolvimento dos personagens e uma ação frenética. John Wick: De Volta ao Jogo.

Um protagonista que redefiniu o gênero

Uma das maiores qualidades de John Wick é a sua simplicidade. O filme não precisa de um roteiro super elaborado ou de reviravoltas mirabolantes para prender a atenção do público. O enredo é direto e reto: um homem em busca de vingança.

Desde os primeiros minutos de John Wick (Keanu Reeves), já sentimos a dor e o sofrimento do protagonista. A construção do personagem é magistral, nos apresentando um John devastado pela perda de sua esposa, vivendo uma vida solitária ao lado do último presente que ela lhe deixou: uma adorável cachorrinha chamada Daisy.

Porém, o destino (ou melhor, a crueldade humana) decide arrancar dele essa única lembrança de sua esposa. E é nesse momento que o passado do personagem nos é revelado. John era um lendário assassino do submundo do crime e abandonou a vida no crime para viver ao lado da mulher que amava. E quando seu único conforto após a morte de sua esposa é tirado dele, o lado de John que estava adormecido a anos, desperta com sede de sangue. Ele não quer apenas vingança — ele quer justiça. Ele quer fazer aqueles que destruíram sua última lembrança de felicidade pagarem pelo que fizeram.

O que torna John Wick tão diferenciado é que conseguimos sentir sua dor. A cena em que ele segura sua cachorrinha sem vida nos braços e percebe que não tem mais ninguém no mundo ao seu lado é devastadora. A atuação de Keanu Reeves nesse momento é simplesmente perfeita. Não há exageros, não há drama forçado. Apenas um homem quebrado que percebe que sua paz foi arrancada dele mais uma vez.

Essa conexão emocional é essencial para que nós torçamos por ele. Não estamos apenas vendo um assassino matar inimigos sem motivo, estamos vendo um homem que perdeu tudo e que agora não tem mais nada a perder.

Ação bruta e uma coreografia impecável

O que diferencia John Wick de outros filmes de vingança não é apenas o motivo que impulsiona o protagonista, mas a forma como tudo é executado. O filme nos apresenta uma ação frenética, mas ao mesmo tempo muito bem coreografada. Nada de cortes rápidos e cenas confusas: cada golpe, cada tiro, cada movimento de John Wick é mostrado para nós de maneira clara e brutal.

O gun-fu, estilo de combate que mistura artes marciais com tiroteios, torna totalmente impossível não sentir a adrenalina das cenas de luta pulsando em nossas veias e ficarmos vidrados na tela, sem nem piscar direito. A precisão de Keanu Reeves ao manejar as armas e executar as cenas de ação é algo impressionante. Poucos atores se dedicam tanto ao treinamento para um papel quanto ele fez para John Wick, e isso faz toda a diferença para nossa experiência cinematográfica.

Keanu Reeves no papel da sua vida

Keanu Reeves já era um ícone dos filmes de ação por sua atuação como Neo, em Matrix. Mas John Wick: De volta ao jogo, elevou sua carreira a um novo patamar. Ele nos entrega uma performance impecável, transmitindo tanto a frieza de um assassino implacável quanto a dor de um homem que perdeu tudo.

E isso só aconteceu devido a dedicação absurda de Keanu Reeves ao papel. Ele passou meses treinando artes marciais, táticas de tiro e direção de carros para tornar sua atuação o mais realista possível. O resultado é que sem precisar depender de dublês para cada movimento Reeves deu vida á um dos melhores protagonistas de filmes de ação de todos os tempos.

O submundo do crime nunca foi tão fascinante

Outro ponto crucial da história é o universo que é apresentado para nós. A trama nos introduz a um submundo do crime cheio de códigos, regras e hierarquias. O Hotel Continental, por exemplo, é um dos conceitos mais interessantes do filme: um local neutro onde assassinos profissionais podem se hospedar sem correr o risco de serem atacados uns pelos outros.

Esse cuidado em criar um mundo convincente e cheio de detalhes dá a obra uma identidade própria, algo que falta na maioria dos filmes de ação atuais. É um universo tão rico que nos faz querer saber mais sobre ele, e felizmente, as sequências do filme exploram ainda mais essa mitologia.

Um filme que respeita o público

Uma das coisas que fizeram eu me tornar fã de John Wick foi o respeito que o filme tem pelo público. Ele não tenta ser algo que não é. Não apela para exageros desnecessários, não subestima nossa inteligência e entrega exatamente o que nos promete: uma história envolvente, um protagonista casca grossa e cenas de ação espetaculares.

É o tipo de filme que qualquer fã de ação precisa assistir. Ele resgata aquela emoção dos clássicos do gênero, mas com uma pegada moderna e estilizada que o torna único.

Conclusão

Se você, assim como eu, ama filmes desse estilo e sente falta de filmes de ação bem feitos, John Wick: De Volta ao Jogo é simplesmente obrigatório. Pois além de trazer de volta a emoção dos filmes do gênero, ele também criou um novo padrão de qualidade para os próximos anos.

A mistura de uma trama envolvente, um protagonista inesquecível, cenas de ação impressionantes e um universo rico e detalhado faz com que John Wick seja muito mais do que apenas um filme sobre vingança. Ele é um verdadeiro marco no cinema de ação moderno.

E você, já assistiu John Wick: De Volta ao Jogo? O que achou do filme? Concorda que ele é um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas opiniões!

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Sobre o autor

Me chamo Eduardo Haus de Barros, sou o autor das resenhas literárias e cinematográficas do site Luz, Câmera, Leitura, um espaço dedicado aos apaixonados por histórias assim como eu. Combino minha paixão por livros, filmes e séries com uma escrita envolvente e analítica, ofereço aos leitores um olhar apaixonado e reflexivo sobre obras das mais variadas origens e gêneros.

O que me move?

Minha motivação vem da vontade de espalhar histórias que melhorem a vida das pessoas; acredito no poder transformador das histórias. Por experiência própria sei que cada livro, filme ou série tem algo único a oferecer, seja um aprendizado, uma nova perspectiva ou simplesmente o prazer do entretenimento. 

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